Oi, Feliz Sábado.
Para muitos críticos, o cristianismo funciona à base da intimidação e
do medo. Num recente livro que li, o autor parece convencido de que
todo o edifício do pensamento cristão é construído sobre a ideia do
inferno. "Retire-se a noção do inferno, e o cristianismo acaba", ele
afirma. E conclui: "Sem o inferno, todas as doutrinas e dogmas perdem
seu sentido. Sem o perigo do inferno, por que alguém iria se converter?"
Para ele, o medo é a única força cristã.
Outros imaginam que a grande motivação é o desejo de recompensa.
Dostoiévski observa: "Não é Deus que os homens procuram. São os milagres
que Ele pode fazer." Talvez isso explique o fenômeno do crescimento das
igrejas que exploram a teologia da prosperidade, oferecendo às pessoas
precisamente aquilo que elas desejam: saúde física, dinheiro, sucesso
material.
De fato, medo de punição e desejo de recompensa são grandes forças
motivadoras. Mas elas não são as únicas. O amor e a graça são forças
incomparavelmente maiores e mais fortes para o comportamento humano.
Deus não usa como instrumentos de motivação ameaças ou a sedução de
recompensas para ganhar nosso coração. Paulo entendeu isso ao afirmar
que "o amor de Cristo nos constrange". O símbolo do cristianismo é uma
rude cruz, onde se concentrou o amor do Universo, e não um trono ou uma
coroa. Quando entendemos a graça de Deus, que nos aceita e perdoa, que
nos trata com dignidade quando não temos dignidade, e compreendemos que
Deus morreu por nós quando ainda éramos inimigos (Rm 5:8), não podemos
senão amá-Lo. Por isso, Jesus observou: "Se me amais, guardareis os Meus
mandamentos" (Jo 14:15). Aqueles que são motivados por medo ou
recompensa se comportam como escravos. São mesquinhos, contando centavos
e segundos, sempre mal-humorados naquilo que doam ou fazem. Mas Cristo
nos libertou de tal condição. Ele nos chama de amigos (Jo 15:14).
Você realmente ama alguém? O que você faria por essa pessoa? Eu tenho
visto pessoas trabalharem arduamente. Tenho visto pais passarem noites
em claro por um filho. Mas o espantoso é que eles não se sentiam
escravos. Trabalhavam com brilho nos olhos e alegria na face. Quando
realmente amamos alguém, servir a essa pessoa, longe de ser um fardo, é
sempre um privilégio e uma oportunidade para aquele que ama. Como você
serve a Cristo? Como escravo ou como a um amigo querido?
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