Verso do Dia

domingo, 16 de junho de 2013

Guiné Equatorial expulsa missionário adventista

Manuel García-Cáceres foi expulso da Guiné Equatorial depois de cumprir 13 meses como presidente da Missão Adventista na capital Malabo. [Foto de arquivo, cortesia da União Espanhola de Igrejas]
Guiné Equatorial, país do oeste africano, expulsou no mês passado um missionário adventista do sétimo dia que estava servindo como presidente da missão local da denominação, na capital, Malabo.
Manuel García-Cáceres, um missionário oriundo da Espanha, foi deportado em 23 de maio, de acordo com Pedro Torres, diretor de comunicação da União Espanhola, da denominação. O pastor deixou a nação sem ser capaz de dizer adeus à sua mulher e filha, ambas aguardando regressar para a Espanha para reunir-se com García.
García vinha servindo como presidente da sede da Missão da Guiné Equatorial por 13 meses e foi expulso do país depois de ser falsamente acusado de "atentar contra a segurança nacional". A nação, composta de uma parte continental e cinco ilhas habitadas, é o terceiro maior produtor de petróleo na África sub-sahariana, e tem uma população de aproximadamente 704.000. Desse número, 137.000, ou 40 por cento, vivem em Malabo, que está localizada numa grande ilha costeira.


De acordo com o relatório de Torres, García foi convocado pelo Ministério da Justiça do país em 21 de maio, e acusado de trazer "um equipamento especial para comunicações via-satélite", para fora do país. Ele foi acusado de manter equipamentos "para relatar fora do país informações internas" da Guiné Equatorial. Oficiais acusaram García de ter equipamentos que podiam evadir-se da detecção de serviços de segurança da Guiné, e, portanto, García foi considerado "um perigo para a segurança nacional".
"Rede Adventista de Notícia"

Aparentemente, "pessoas próximas a Garcia" informaram às autoridades que o equipamento de radiodifusão FM, legalmente importado, era na verdade um "equipamento via-satélite”, que se alega ser ilegal. A polícia então revistou a casa e escritório do pastor, encontrando apenas uma peça de eletrônica, informou Torres.

"O único objeto que encontraram parecido com o que os detratores descreviam foi um transmissor de rádio FM, doado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia em Villajoyosa, na província de Alicante na Espanha", informou Torres.

Torres esclareceu: "O equipamento de rádio FM foi corretamente relatado na alfândega quando importado da Espanha. Na verdade, o equipamento ainda estava embalado quando a [busca] ocorreu. "Na época da investigação da polícia, o equipamento não tinha sido desempacotado ou usado no país", acrescentou.

No dia seguinte, 22 de maio, García foi novamente convocado pelo Ministério da Justiça, e desta vez condenado a pagar uma multa de um milhão de francos centro-africanos, ou cerca de 2.003,85 dólares. Apesar de pagar a multa, as autoridades prenderam o pastor naquele dia.


Em 23 de maio, o embaixador da Espanha na Guiné Equatorial visitou García na prisão e informou ao missionário adventista que a expulsão viria a seguir. Naquela noite, García foi levado para o aeroporto de Malabo, com o seu passaporte devolvido a ele quando o avião decolou.

A deportação de um dedicado obreiro da Igreja ilustra os perigos ainda enfrentados por missionários em algumas partes do mundo, disse John Graz, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo dia. "A deportação do Pastor Manuel García-Cáceres, após 13 meses de bons serviços para a Igreja e para o povo da Guiné Equatorial, mostra como a liberdade religiosa e o estado de direito são frágeis em algumas partes do mundo", disse Graz para a ‘Adventist Review’. "Os missionários que trazem seu conhecimento e experiência para o bem das pessoas são [às vezes] sujeitos à vontade das autoridades políticas, sem nenhuma preocupação com o ministério que exercem ou a proteção internacional dos direitos humanos".

Os primeiros missionários adventistas chegaram à Guiné Equatorial em 1960. O trabalho foi interrompido pela situação política em 1972, mas retomado dois anos depois, de acordo com a Enciclopédia Adventista. Em 2011 existiam 19 igrejas adventistas e cerca de 2.500 membros batizados no país.

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