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Um ano depois, pastor adventista ainda em prisão no Togo
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O pastor adventista Antonio Monteiro, centro, ora durante recente visita com líderes da Igreja na Prisão Civil de Lomé, onde foi detido sem fiança por um ano. Os esforços em curso para garantir a sua libertação incluem uma campanha de sensibilização e esforços diplomáticos nos bastidores.
Um ano
depois de o pastor adventista do sétimo dia, Antonio Monteiro, ter sido preso
no Togo por acusações não confirmadas, os advogados da Igreja e ativistas de
direitos humanos estão redobrando esforços para assegurar a sua libertação.
Oficiais do governo togolês esta semana
rejeitaram o quinto pedido da Igreja Adventista para a libertação imediata de
Monteiro, de acordo com um advogado da União Missão do Sahel, da IASD, que
acompanha o caso de perto.
"Amanhã
é o triste primeiro aniversário da prisão injusta do Pastor Monteiro. Estamos
desapontados que o nosso pedido foi mais uma vez recusado apesar dos nossos
esforços em curso", comentou Guy Roger, presidente da União Missão do
Sahel.
Roger, que se reuniu com Monteiro na prisão em 13 de março, disse que o pastor
está bem e "pela graça de Deus, esperando um milagre”.
Monteiro
foi detido em março por conspiração para cometer assassinato depois que um
homem togolês o implicou e dois outros cristãos, sendo um deles adventista,
como conspiradores numa suposta quadrilha de criminosos que traficavam sangue
humano. A testemunha já havia confessado o assassinato de cerca de 20 jovens,
alegando que só estava cumprindo ordens.
No
entanto, a testemunha tem uma história documentada de instabilidade mental e
seu depoimento é considerado pouco confiável, declarou um representante da
Comissão Nacional dos Direitos Humanos no Togo. Provas e testemunhos ainda
sugerem que a declaração comprometendo Monteiro foi obtida sob coação.
Dirigentes
da Igreja disseram que a testemunha conheceu Monteiro quando o pastor lhe
ministrou anteriormente.
Natural
de Cabo Verde, Monteiro desde 2009 havia servido a Igreja no Ministério de
Escola Sabatina e Ministério Pessoal para a União Missão do Sahel, com sede em
Lomé. Uma busca policial na casa de Monteiro e na sede da Igreja logo após sua
prisão não conseguiu produzir qualquer prova de sua ligação com o caso.
A
pressão pública para resolver a série de assassinatos no ano passado
provavelmente frustrou sua libertação e exoneração, informam oficiais da
Igreja. Antes da prisão de Monteiro, grupos de direitos humanos e de uma
coalizão de mulheres local acusou a polícia togolesa de não fazer o suficiente
para resolver os crimes.
Dirigentes
da Igreja Adventista disseram que estão planejando uma grande campanha para
abril com enfoque na coleta de assinaturas para uma petição e envio de cartas a
oficiais em Togo exigindo um fim à detenção arbitrária de Monteiro e pedindo a
prisão dos culpados dos crimes.
Apelos
anteriores coordenados pela Igreja incluíram o envio de centenas de cartões de
Natal para Monteiro, um dia mundial de oração e uma conferência de imprensa em
Lomé. Uma segunda conferência de imprensa é esperada para breve, disse Roger.
Líderes
adventistas de liberdade religiosa disseram que pretendem envolver ativamente
os jovens nos esforços para libertar Monteiro. Em vários eventos recentes de
assinatura de abaixo-assinado no estado da Califórnia, EUA, os estudantes
universitários fizeram fila para mostrar seu apoio a Monteiro.
John
Graz, diretor do Departamento de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da
Igreja Adventista a nível mundial, declarou que apelos públicos vão ser
intensificados nos próximos meses, uma estratégia para somar-se aos esforços
diplomáticos de bastidores para obter a libertação de Monteiro.
"Estamos
pedindo a todos os adventistas, todos os cristãos e todas as pessoas que
acreditam na justiça para participarem desta campanha", disse Graz.
Monteiro, à esquerda, lava os pés de um colega de cela durante uma cerimônia de comunhão no mês passado. [Foto de cortesia Sahel União Missão]